O começo

Eu estava tomando café na mesa de sempre e passava meus olhos incrédulos pelas manchetes: havia ameaça de guerra civil, havia crise econômica, havia o desinteresse por construções e consertos... E eu continuava tomando meu café. 

- Posso me sentar? - disse Érica, já puxando a cadeira.

E tudo o que ocorreu entre uma puxada de cadeira na cafeteria e o compartilhamento de cama foi amor feito uma supernova:

su.per.no.va
sf (super+nova) Astr Erupção, raramente observada, de uma nova, na qual a luminosidade intrínseca máxima pode alcançar 100 milhões de vezes a do Sol.

Neste dia notei minhas necessidades emocionais. Conheci Érica - na verdade, eu a reconheci pois já a conhecia da firma - e senti que ela supriria quase tudo. Não importavam os nossos opostos e gostos. Só importava que minha língua fazia sentido na dela e que seus olhos me caçariam como se eu fosse a presa mais atraente do mundo.